Por uma vida menos complicada

by - 2/06/2021

Parece que, não importa o que façamos, haverá sempre uma lista infinita de coisas para arrumar, limpar, pagar, comprar, agendar e tratar. Ao longo dos anos, temos experimentado algumas estratégias e gostaríamos de partilhar contigo as que têm funcionado.

Antes disso, façamos uma pequena viagem no tempo.

Janeiro de 2015

Quando nos mudamos para o nosso apartamento (T2), o que mais tínhamos era espaço. O minimalismo não foi propositado, apenas não tínhamos dinheiro para comprar todos os móveis de uma vez e não nos queríamos endividar. Por isso, a única abordagem possível era ir comprando só o que precisávamos, ganhando também tempo para ir aprendendo o que gostamos e o que tem mesmo qualidade. Estávamos a começar a nossa vida a dois e, apesar de nem tudo ser novo, era tudo novidade. 

Janeiro de 2020

A quantidade de coisas multiplicou-se e metade do que temos não é usado. Na verdade, não já gostamos de metade das coisas que nos rodeiam. Temos brinquedos por todo o lado. Temos roupa a mais, sapatos a mais, acessórios mais. Já não há espaço para mais. Já percebemos que assim não faz sentido. Descobrimos a Marie Kondo, o Minimalismo e várias pessoas com as mesmas dores. 

Janeiro de 2021

As coisas já estão um pouco melhor, mas ainda temos um longo caminho a percorrer. Ainda temos imensa coisa para doar, mas o processo nem sempre é fácil devido ao apego emocional que inconscientemente se instala. 

O que é que aprendemos até agora?



Eis a lista das 7 principais estratégias que têm funcionado para nós:

1. Evitamos comprar mais coisas

A começar por roupa, sapatos, acessórios, decoração e todas aquelas coisas que levamos para casa porque são tão giras ou estão com desconto. Sabem qual é maior desconto possível? 100%, que equivale a não comprar. 

Nem sempre é fácil, mas rapidamente nos habituamos a questionar se realmente vamos usar, se realmente gostamos, se vale o preço da etiqueta, se vai ser mais uma coisa que vamos ter que arranjar sítio para guardar só para ficar meses sem ver, e continuar a usar o que já temos, gostamos e usamos anyway.

É absurda a quantidade de roupas, sapatos e acessórios que temos a ganhar pó, só para eventualmente usarmos 1 ou 2 vezes. Há várias técnicas para identificar o que realmente usamos, e isso ajuda-nos a saber o que realmente gostamos. 

2. Doamos o que já não precisamos

Uma coisa é não acumular mais coisas inúteis a partir de um certo momento. Outra coisa, bastante diferente, é nos livrarmos daquilo que já acumulamos até então. O apego emocional às vezes é lixado.

Em 2020, tínhamos a arrecadação a abarrotar de coisas - mobília antiga do quarto do Júnior, carrinho de bebé, roupas, brinquedos, decoração ... Cenas que não usamos nem vamos usar mais. Apesar de frequentemente ponderarmos ter mais uma criança, decidimos doar quase tudo a um casal conhecido. E soube muito bem! 

3. Partilhamos um email e calendário

Além dos nossos endereços de email privados (individuais), criamos há alguns anos um email comum, para onde vai toda a correspondência que ambos têm que aceder. Da mesma forma, criamos um calendário da Google que partilhamos para gerir tudo o que requer o envolvimento dos dois. Consultas, reuniões na escola, visitas, convívios, actividades em família.... Fica tudo acessível no telemóvel com lembretes automáticos.

Nestes tempos de pandemia em que volta e meia temos o Júnior em casa enquanto trabalhamos, é bastante útil comunicarmos e nos organizarmos para saber das reuniões críticas que cada um tem, de modo que o outro possa garantir que há o mínimo de interrupções possível.

4. Digitalizamos o máximo possível

Transformação digital não é só para as empresas.

Contas fixas? Débito directo. Preferimos pagar o condomínio em 1 ou 2 tranches por ano, assim temos menos recibos para arquivar. IMI e seguro? Agendamos logo que recebemos os papéis. 

Falando em papéis, temos feito um esforço para:

- Fotografar a informação temporariamente relevante para que fique no telemóvel e acessível aos dois através do Google Photos;

- Digitalizar os documentos realmente importantes e arquivar na Drive e/ou no disco externo;

- Arquivar de forma segura os originais;

- Sempre que possível, obter apenas facturas e recibos online;

- Rasgar e por lixo tudo o que não interessa.

Quanto menos papel, melhor. E um dia vamos ter que fazer algo em relação aos Gigas que se acumulam e também custam...mas disso falaremos noutro dia.

5. Dividimos as tarefas 

Um dia farei um post sobre a dita "divisão natural de tarefas". Não é que ainda não nos chateemos de vez em quando à conta de quem faz o quê, mas com o passar dos anos, estamos a aprender que há tarefas que são mais intuitivas ou mais fáceis para um do que para o outro. Mais uma vez, é preciso comunicar. Quando determinamos quem faz o quê, o objectivo não é dividir 50-50. É evitar que um dos dois fique sobrecarregado.

6. Temos uma conta bancária conjunta

Já tivemos duas, em instituições diferentes, em que nos tornamos co-titulares. No entanto, em 2019, decidimos que não fazia sentido estar a pagar comissões em 2 bancos e por isso fechamos uma das contas. 

Os nossos salários e poupanças estão nessa conta. Entretanto, também temos uma conta na Moey, duas contas Revolut e uma conta Degiro. Como estas não cobram comissões e são usadas para fins específicos, achamos que para já está OK.


7. Encaramos isto como um processo de aprendizagem e melhoria contínua

Ainda temos muito que aprender e melhorar. Muito que errar, também.

Quando olho à minha volta cá em casa, vejo muitas coisas que não me fazem particularmente feliz. Doesn't spark joy.

Então, vamos aos poucos nos libertar delas e aprender a viver com menos e melhor.

E tu? O que é que fazes para tornar a tua vida mais simples?





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